Muitos fabricantes americanos de e-líquidos anunciaram recentemente sua intenção de mudar da nicotina feita de folhas de tabaco para a nicotina sintética. Os EUA (e a Europa) imediatamente procuraram colocar proibições em prática. A World Vapers' Alliance e o grupo de consumidores americano CASAA afirmam que tais proibições prejudicarão significativamente os consumidores que querem parar de fumar.

O Congresso dos EUA aprovou o projeto de lei orçamentária geral na semana passada, introduzindo disposições que dão à Food and Drug Administration autoridade para regulamentar produtos de nicotina sintética como produtos de tabaco.

Michael Landl, diretor do grupo global de defesa da redução de danos, World Vapers' Alliance, acredita que essa regulamentação prejudicará tanto os fumantes atuais quanto os vapers.

Ele disse: “O projeto de lei ameaça a disponibilidade de alternativas menos prejudiciais ao fumo, como o vaping. Há um desastre para a saúde pública se aproximando. Ao colocar milhares de lojas de vape fora do mercado, muitos vapers serão empurrados de volta para o fumo. Visar o produto exato que os permitiu parar de fumar não faz sentido. A nicotina sintética é uma maneira inovadora de diminuir os efeitos nocivos do fumo e fornecer às pessoas uma alternativa aos cigarros tradicionais.

“O objetivo da redução de danos é reduzir consequências adversas entre pessoas que não conseguem parar de fumar. Ela provou ser eficaz em muitos países no mundo todo e ajudou milhões a parar de fumar. A terra dos livres deveria seguir esses países em vez de se tornar um estado babá.”

Os produtos de nicotina sintética estarão sujeitos ao processo de solicitação de pré-comercialização de tabaco (PMTA), que exige que as empresas solicitem autorização para permanecer no mercado, criando um desafio significativo para que novas empresas de cigarros eletrônicos permaneçam no mercado e, consequentemente, dificultando a obtenção de produtos de vaporização pelos consumidores.

“Muitas empresas não têm os recursos necessários para registrar o Premarket Tobacco Application, que é exigido pela regulamentação da FDA para produtos de tabaco. Este projeto de lei trará muitas consequências negativas para os esforços de redução de danos do tabaco, potencialmente limitando o acesso a produtos de vaporização e forçando ex-fumantes a retornar aos cigarros”, acrescentou Landl.

CASAA diz: “A nicotina sintética não é uma ideia ou produto novo, mas é feita em laboratório. As empresas de tabaco consideraram algumas aplicações para ela na década de 1960, mas problemas com custo e qualidade do produto na época tornaram seu uso pouco atraente. Hoje, o custo de fabricação de nicotina sintética de alta qualidade é menor do que na década de 1960, mas ainda é mais caro do que a nicotina derivada do tabaco. Embora as pessoas que gostam de nicotina sintética possam pagar mais por esses produtos, ela ainda custa menos do que cigarros e é mais segura do que fumar.”

O grupo de consumidores acrescenta: “Não há razão para acreditar que a nicotina produzida sinteticamente represente riscos maiores para os consumidores do que a nicotina derivada do tabaco..”

O Senado dos EUA aprovou o HR 2471, o “Lei de Dotações Consolidadas de 2022”, por 68 votos a 31. A etapa final será receber a assinatura do presidente Biden.

Originalmente publicado aqui.